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Em um dia especialmente feliz aos defensores da democracia, o SindSaúde-SP reuniu profissionais da Saúde de todo o estado em Assembleia Geral, nesta sexta-feira (18), para fazer um balanço das 48 horas de mobilização e definir com a categoria os rumos da campanha salarial.
Durante o encontro, dirigentes do sindicato apontaram que graças à mobilização nas unidades de saúde, o governo de São Paulo recebeu por duas vezes os trabalhadores e trabalhadoras e durante os encontros nessa terça-feira (15) e quinta-feira (17) definiu alguns avanços que foram apresentados à categoria.
Entre os pontos da pauta de reivindicações estão a Bonificação por Resultados, o aumento do auxílio-alimentação e a equiparação da Gratificação pelo Desempenho e Apoio à Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Gdamspe) ao Plano de Incentivo (PI).
Confira alguns dos principais pontos da negociação:
Bonificação por Resultados – O presidente do SindSaúde-SP, Gervásio Foganholi, apontou que a gestão estadual garantiu o pagamento do bônus referente a 2024 a todos na folha de pagamento de setembro.
Concurso de Promoção – O governo alegou problemas burocráticos ligados às autarquias, mas que já foram resolvidos, de acordo com o Estado. Será efetivado para todas as autarquias e secretarias que tenham profissionais da área técnica (Lei Complementar 1.157/2011).
Gdamspe – Foi instituído um grupo de trabalho, que terá o prazo de 90 dias para conclusão dos estudos e apresentar a proposta para ampliar o valor a ser pago.
Calote no FGTS e no INSS – Os representantes do Estado apontaram que foi resolvido o “‘problema técnico”’ relacionado ao eSocial e que ocasionou o calote da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao FGTS e ao INSS.
Auxílio-alimentação – O governo alegou que reajustará o auxílio-alimentação, que desde 2018 é de R$ 12, para todos(as) trabalhadoras(es). Já foi feito um levantamento em todas as secretarias para tirar a diferença e aproximar quem ganha menos com quem ganha mais. O prazo apresentado para definir o impacto e os novos valores é de 60 dias.
Perseguições – Gestão garantiu que não haverá mais perseguições a profissionais que participaram das mobilizações e das assembleias.
Prêmio de Incentivo – Está em estudo e até o final do ano será apresentado uma proposta para a revisão da tabela do Prêmio de Incentivo, que irá proporcionar valorização do valor.
Após a apresentação das negociações, o presidente o SindSaúde-SP colocou em votação o estado de greve para manter a categoria mobilizada e a assembleia definiu que caso as promessas e prazos não sejam efetivadas, a greve volta, agora por tempo indeterminado.
Para que os compromissos não caiam no esquecimento, o sindicato fará uma contagem regressiva até a data prometida, que pode também ser um aquece para o início de nova paralisação.
“Tem de continuar fazendo reunião e assembleias nos hospitais. Se tiver descumprimento do que foi discutido, a greve retornará e sem prazo para acabar”, apontou Gervásio.
Hora de reagir
Os dirigentes do SindSaúde-SP apontaram durante a assembleia que a mobilização da categoria é fundamental no momento que o governador Tarcísio de Freitas, acuado por pressões internas e externas, precisa dar respostas à sociedade.
A direção destacou que apenas no atual governo, 23 hospitais já foram entregues à iniciativa privada, mas não ficou sem resposta. A greve foi precedida por audiências públicas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na Câmara Municipal de Assis e uma mobilização na Avenida Paulista, que fez parte de uma campanha capitaneada pela CUT e que envolverá todas as categorias do funcionalismo.
De acordo com Gervásio, o movimento prepara uma greve geral para frear as ações entreguistas de Tarcísio que tem deixado nas mãos das empresas privadas os setores de transporte, saneamento básico, gestão da água, energia elétrica, segurança e também saúde.