Notícia
Em Assembleia Geral na manhã desta sexta-feira (27), trabalhadoras e trabalhadores da saúde decidiram que irão iniciar uma greve de 48 horas no dia 16 de julho para cobrar do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) condições dignas de trabalho, negociação das pautas da campanha salariale o fim das terceirizações.
A paralisação foi definida em ato convocado pelo SindSaúde-SP diante da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, na capital paulista, e foi aprovada de maneira unânime.
Durante o encontro, o sindicato também definiu a constituição de um comando de greve estadual composto por profissionais da saúde e delegados e delegadas sindicais de base, que terá entre as responsabilidades, a organização de comandos de greve locais por local de trabalho.
Até o início da paralisação, o sindicato irá protocolar ofícios que informem sobre a suspensão das atividades e espera que o estado apresente uma proposta sobre as reivindicações em reunião que a entidade tem agendada com o Secretário-Chefe da Casa Civil do governo, Arthur Lima para o próximo dia 14.
Presidente do SindSaúde-SP, Gervasio Foganholi, encerrou o ato dialogando com a categoria sobre a necessidade de aumentar o tom no diálogo com o governo. Segundo ele, a falta de compromisso de Tarcísio com a saúde pública alcançou um patamar insustentável e somente a mobilização será capaz de reverter o modelo de venda do patrimônio púbico e tentativa de destruição do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O governo está lá porque foi eleito e cada um de nós tem o papel importante de construir uma maior mobilização, sair do setor da saúde e dialogar com a sociedade para que o Tarcísio não seja eleito mais e nem quem ele indicar”, complementou.
Gervasio ressaltou ainda que a greve prevista para ter 48 horas pode se tornar por tempo indeterminado se não houver disposição do governo em negociar.
O próximo passo acontece ainda nesta sexta, com a participação do SindSaúde-SP no Ato Unificado Contra as Privatizações, Em Defesa do Funcionalismo e dos Serviços Públicos, que a CUT, as demais centrais sindicais e movimentos que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam a partir das 15h em frente ao Masp, na Avenida Paulista, 1.578, em São Paulo, e para o qual trabalhadores e trabalhadoras seguiram em marcha.
Clima de luta
As primeiras horas da manhã prometiam o acréscimo da chuva como mais um desafio para quem se deslocou à Avenida Doutor Enéas de Carvalho, onde fica a sede da Secretaria de Saúde. Mas tão logo os e as manifestantes chegaram, até mesmo o tempo resolveu contribuir e o céu se abriu.
Com coletes do sindicato e chapéus que remetiam à joaninha, símbolo da entidade, muitos se revezavam no microfone para falar sobre os problemas com os quais conviviam. Profissionais de todo o estado que citavam desde a insegurança trazida com a privatização até a falta de preparo de contratados das Organizações Sociais de Saúde (OSS), que assume a gestão das unidades hospitalares.
Um nome foi unanimidade, o do governador Tarcísio de Freitas, citado como responsável por acelerar o processo de entrega da saúde iniciado ainda na gestão do PSDB, mas que na administração atual ganhou uma celeridade incomum.
Como todo processo feito às pressas, também nesse caso falta diálogo com trabalhadoras, trabalhadores e a população e por isso, uma das orientações do SindSaúde-SP é a pressão sobre os parlamentares nas câmaras municipais para que sejam convocadas audiências públicas para discutir o modelo, como ocorreu recentemente na cidade de Assis, interior de São Paulo.
Com a presença de representantes de parlamentares, sindicatos de todos os setores da saúde e lideranças dos movimentos sociais, o ato contou com intervenções que apontavam a falta de investimento de hospitais para justificar a terceirização, falta de equipamento, reformas intermináveis, ausência de pessoal e até mesmo concursos públicos com profissionais aprovados, mas que não são convocados.
Em meio a tantos prejuízos, a certeza de que a única forma de fazer a vida humana deixar de ser tratada como mercadoria no atual governo, que privilegia as empresas gestoras em detrimento da população é ir às ruas, dialogar com a população para mostrar quais os verdadeiros responsáveis pelas longas filas de espera nos atendimentos e exames.
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