Notícia
O SindSaúde-SP promoveu na manhã desta terça-feira (10) uma mobilização para enfrentar o processo de privatização que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem imposto às unidades de saúde do estado de São Paulo.
Com a presença de parlamentares e lideranças dos movimentos sindical e sociais, a manifestação mostrou o cenário com o qual trabalhadoras, trabalhadores e a população tem convivido após a transferência da gestão.
Diante do descaso do governo e a da resistência em atender às pautas da categoria, dirigentes do sindicato lembraram durante a manifestação que no próximo dia 27 haverá um ato-assembleia diante da Secretária de Saúde para definir por greve em todo o estado.
Secretária-geral do sindicato, Janaína Luna, apontou que durante a manifestação dirigentes percorreram durante a manifestação os andares do hospital e conversam com profissionais que, apesar de apoiarem o protesto, disseram que não poderiam participar por conta do pessoal reduzido para atender pacientes.
Ela também destacou que conversam com as trabalhadoras e trabalhadores sobre a importância de não pedirem transferência para outros locais. “Esse momento não é de fugir, até porque, não há para onde fugir, o governo quer privatizar todos os hospitais. Nós, que somos concursados, precisamos permanecer e lutar, porque esta bola de neve vai continuar e quem é concursado pode denunciar as péssimas gestões que temos visto das OSs (Organizações Sociais), já que os terceirizados não podem sob o risco de serem demitidos”, falou.
Dentre as muitas dúvidas que acompanham a privatização, a Secretária de Administração e Finanças do SindSaúde-SP, Regina Bueno, ressaltou que o aproveitamento dos que já são terceirizados e terceirizadas é uma das perguntas que ainda não tem resposta do governo.
“Todos os hospitais já tem terceirizados trabalhando. Como ficarão esses contratos quando mudarem de gestão. Pagaremos duas, três vezes com nossos impostos novos profissionais, que atuarão em locais onde não teremos acesso? Enquanto seremos direcionados às UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) onde morreremos esperando sermos encaminhados? Porque somos trabalhadores do SUS (Sistema Único de Saúde) e sabemos muito bem como funciona o encaminhamento nesse governo”, criticou.
Heróis?
Secretário de Assuntos Jurídicos, André Diniz, o Pudim, lembrou que passada a pandemia, o discurso de valorização a quem se dedicou a salvar vidas foi por água abaixo e a terceirização é mais uma forma de desvalorizar que sempre trabalhou incansavelmente, enquanto recebeu desprezo governo, como lembrou o dirigente ao citar o recente reajuste oferecido aos servidores e servidoras.
“A saúde não é mercadoria, mas nós, servidoras e servidores, também não. Não estamos à venda. Esse valoroso reajuste que o governador ‘Tarcínico’ está oferecendo, na grande maioria, como é meu caso, não chegará a R$ 50. Isso depois de tudo que os trabalhadores e trabalhadoras da saúde fizeram, especialmente durante a pandemia, a valorização desse governo cretino e calhorda é ofertar R$ 50 de reajuste”, falou.
Para a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), o momento é de unidade diante de um modelo de gestão que não tem qualquer comprometimento com a oferta de saúde para quem mais necessita.
“Vamos ter de juntar todas as nossas forças para assegurar aquilo que é nosso, todos os serviços públicos, saúde, educação, moradia. O Tarcisio tirou R$ 11 bilhões da educação e disse que iria aplicar na saúde e o que estamos vendo é ele entregar a gestão dos hospitais para as OSs. Nós não admitiremos isso”, afirmou.
Próximos passos
Secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Douglas Martins Izzo, destacou que a Central encampará uma campanha contra a privatização e que reunirá representantes da educação, transporte, água e energia também afetados pelo motosserra de Tarcísio, que não trouxe qualquer benefício à população, conforme destacou ao lembrar do caos que se instaurou após a venda da Enel, da Sabesp e da entrega das linhas de trem e metrô, todos casos em que os serviços pioraram.
Coordenadora da mobilização, a diretora do SindSaúde-SP da Região Sudeste, Gilvânia Santana, também convidou a população a participar do abaixo-assinado contra a privatização do Hospital Ipiranga que será entregue, no dia 16 de junho, às 17 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo, quando também haverá uma Audiência Pública que discutirá “A privatização e os impactos para o cidadão”, convocada pelo deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT-SP).